terça-feira, 30 de dezembro de 2008
terça-feira, 23 de dezembro de 2008
E FELIZ NATAL
quinta-feira, 18 de dezembro de 2008
AMOR NOS TEMPOS DE CRISE Por: Alex Ribeiro (11.12.2008)
"Hay personas que transforman el sol en una simple mancha amarilla, pero hay tambien quienes hacen de una simple mancha amarilla el proprio sol".
"Existem pessoas que tranformam o sol numa simples mancha amarela, porém existem aqueles que fazem de uma simples mancha amarela o próprio sol."
"There are some people who looks the sun and see a simple yellow brush. But there are others who look at the simple yellow brush and see the big sun. "
Vivemos um momento de esquizofrenia. O mundo e nossos valores padecem numa bipolaridade muito particular onde perdemos de vista (e acho que definitivamente) a noção do que de fato é possível ser feito daqui pra diante...
Um dia o dólar sobe a bolsa cai. Na manhã seguinte as bolsas da Ásia fecham com altas, dólar em baixa, fuga de capitais. E no fim do dia o espírito da manada (agora globalizada) segue a tendência que se inverte na manhã seguinte. Tempos turbulentos que acordam sonhos e desejos adormecidos. Revoluções impossíveis e um caminho que parecia sem volta.
A mão invisível do mercado ficou tão invisível que se perdeu em si mesma, e se materializa numa postura de um pedido desesperado de ajuda a aquele que subordinou a condição de MÍNIMO e de INEFICIENTE. Tão ineficiente que deveria deixar o mundo seguir por caminhos próprios, sem sua interferência e ineficiência...
Mas agora este mínimo vira O MÁXIMO e o único capaz de ajudar ao desesperado, falido e ineficiente mercado a se salvar de si mesmo. Como um pai austero de origem humilde, que com seu próprio suor construiu um império, e que o filho agora adulto, depois de assumir o controle, pôs tudo a perder numa jogatina desmedida, seja nas noitadas (nos eventos de marketing), seja em investimentos sem lastro (derivativos) ou mesmo nas apostas de corrida de cavalos e cassinos (bolsa de valores). Agora este filho volta ao pai desesperado pedindo socorro, mas não o participou nos tempos de bonança. Gastou o que podia nas luzes da ribalta e agora quer dividir os tempos obscuros e de sacrifícios com o pai, com a família e todos os empregados da mansão. Pede o sacrifício de todos, corta salários e cabeças. Corta nas instalações dos empregados mas continua a dormir em lençóis de cetim e a tomar Chateau Petruse e Romanee Conti, comendo Caviar.... Realmente este filho parece estar disposto a sacrifícios...
Como os tempos idos do século XIV, onde o mundo era arrasado pela peste negra, também esta, responsabilidade única dos senhores feudais que condenavam seus servos a viverem em cidades imundas, em condições mais que precárias de higiene, criando o ecossistema ideal aos ratos que espalharam a peste dizimando milhões de pessoas em todo o mundo. Como naqueles tempos, hoje somos chamados a dividir a responsabilidade de uma crise causada por poucos. Como naqueles tempos, hoje somos chamados a assistir os legislativos adaptarem as leis vigentes e se preciso, criar novas leis para conseguir proporcionar a ajuda necessária aos senhores feudais desesperados pela perda de seu lugar de conforto. Os pobres do mundo mais uma vez pagarão as contas de uma crise causada por poucos... Mais uma vez sucumbirão a uma peste negra.
Mais uma vez o clero, os nobres, e os reis serão suportados por mãos e braços de trabalhadores de todo mundo que não ouvindo ao conselho de Marx, não se uniram em prol de si mesmos, acreditando num futuro virtual, seja no reino dos céus ou mesmo na ilusão de acender a classe média. Exatamente como naqueles tempos idos do século XIV, onde só restava aos servos, aos pobres, acender ao clero, ou tentar se sobressair nas guerras e quem sabe ser reconhecido pelo seu rei com algum título de nobreza. E aos trabalhadores só restava aceitar seu destino e seguir vivendo uma vida de servidão. Exatamente como nos tempos atuais, onde, em tempos de crise, seu salário é reduzido, os impostos aumentam e seu emprego ameaçado, sua qualidade de vida prejudicada, para manter vivo o poder do capital. Exatamente como ha 700 anos atrás.
E ainda há quem tenha a coragem de dizer que o SOCIALISMO morreu. O Socialismo é inviável.
Como dizia um velho hino do PCdoB, "O Socialismo renasce todo dia, o socialismo é a mosca na sopa da burguesia".
E é mesmo. E através das orientações do Socialismo mesmo morto, deturpado, desacredito, que nasce uma luz no fim do túnel para os senhores do capital e do neoliberalismo. É através do ESTADO que por força de interesses (infelizmente não tão nobres) não se fez mínimo e hoje consegue se mobilizar para resgatar a turva de afogados deste naufrágio do sistema. É no ESTADO que o grupo que estava e está levando o mundo a bancarrota, busca desesperado ajuda para minimizar o estrago que fizeram até aqui. É socializando os prejuízos com milhões de trabalhadores que não foram convidados pro BANQUETE que acontecia na CASA GRANDE nos tempos de bonança e eram obrigados a se amontoar em volta de uma fogueira feita de gravetos na escura e sombria SENZALA.
Enquanto os banqueiros se banqueteavam na Zona Sul, os trabalhadores se amontoavam na periferia e nos subúrbios depois de horas de trabalho duro e mais algumas apertados no caminho de casa em metrôs e ônibus coletivos.
Os tempos são de esquizofrenia. Matamos um sistema sob a acusação de opressão, de corrupção, de iniqüidades e inviabilidades humanas. Derrubamos os muros da vergonha, privatizamos as empresas, os interesses, os lucros e a vida de pessoas. Abandonamos a luta de classes, perdemos os rumos da revolução. E o único objetivo de um cidadão era acender na escalera social e ganhar seu primeiro milhão. Consumir, TER, TER, TER...
Agora, não sabemos mais o que fazer com o monstro criado. A opressão do homem pelo homem foi substituída pela opressão do homem pelo capital. Este ficou maior que os ESTADOS, e se sobrepôs a qualquer conceito de cidadania. Vieram os extraterritoriais e as transnacionais. Tudo cresceu estratosfericamente, menos os salários... Menos os direitos...Estes só encolheram, e alguns simplesmente deixaram de existir. Os muros ideológicos foram substituídos por muros sociais e em algumas fronteiras muros ainda mais vergonhosos foram levantados. E hoje pra surpresa até do mais visionário pensador, reestatizamos empresas e bancos quebrados, ajudando novamente os senhores feudais a arcar com os prejuízos e com sua incompetência em administrar seu próprio patrimônio. A mão invisível do mercado faz sinais obscenos para o mundo e para a classe trabalhadora, e se pôe em posição de oração diante do ESTADO, outrora ineficiente e que deveria se tornar mínimo. Leis são criadas para favorecer aos senhores feudais na forma da letra da lei, sem que ocorram em nenhum ilícito...
E o mundo liberal clama pela intervenção do Estado. Aquele mesmo estado que deveria se tornar mínimo. E que hoje infla suas dívidas comprando e socializando as dívidas que eram privadas, sem redistribuir os lucros que os senhores feudais tem em seus CPFs particulares, liberando os mesmos de arcar com a responsabilidade solidária nos rombos que ajudaram a criar.
Eu cresci num mundo que oscilava entre esquerda e direita, entre socialismo e capitalismo. Entre União Soviética e Estados Unidos da América. Me tornei adulto num mundo hegemônico, com a URSS destroçada, suas repúblicas desmanteladas e entregues a gangues e máfias que se chafurdaram no comércio ilegal de armas, drogas e prostituição. O legal era ser americano, e conquistar seu primeiro milhão antes dos 40. Aplicar na bolsa, ter reservas em moeda estrangeira, dinheiro em paraíso fiscal.
Hoje o Gigante tombou fazendo tremer a terra abaixo de seus pés. Vidas, muitas vidas estão sendo tragicamente destruídas por conta de uma crise insana, uma crise de valores. Valores Absolutos e valores relativos.
Gente perdendo casas, patrimônio, emprego e dignidade. E os senhores feudais sendo socorridos pelos cofres públicos para não terem de arcar com sua cota pessoal de sacrifício. Com seu patrimônio pessoal.
Quantos executivos e empresários estão perdendo suas casas ? Quantos estão entregando seus carros para as financeiras ? Quantos estão tirando os filhos da faculdade por que não podem pagar? Quantos estão deixando de viajar por que não tem dinheiro ? Quantos estão reduzindo a carne, o leite, as frutas no dia a dia? Quantos estão perdendo seus empregos e poupudos bônus? Quantos vâo arcar na pessoa física com a cagada e lambança feitas na pessoa jurídica ?
Quantos ?
Diante da triste cena mundial em que vivemos, muita coisa fica sem sentido. A esquizofrenia do mercado mundial se transporta para nossas vidas pessoais, impactando nossa forma de nos relacionarmos conosco mesmos. Impactando nossa forma de ver o mundo, nossa forma de viver neste mundo...
Não temos mais o consolo do templo como no século XIV, em que o PAPA dizia que os pobres herdarão o reino dos céus, enquanto os ricos controlavam o Reino da terra.. Isto inclui o Papa.
Não temos mais o ideal revolucionário nem o sonho de um mundo equânime. Estamos acostumados a desigualdade e até nos orgulhamos dela. Orgulhamos-nos de ter acendido na escalera social em detrimento de milhões que morrem de fome mundo afora. Orgulhamos-nos de nossas posses, mas quantos de nós podemos olhar com sinceridade no espelho e se orgulhar de nossas atitudes. Do caminho que fez para chegar lá ?
Quantos podem se orgulhar de não explorar de forma perversa aqueles que não tiveram a mesma sorte de nascer pelo menos num berço de classe média ?
Quantos podem se orgulhar e sinceramente bater no peito dizendo que está absolutamente fora do círculo vicioso de corrupção que nos envolve ?
Quantos de nos empresta aos bancos, e estes por sua vez empresta a quem mais necessita com juros absurdos? Por acaso sou inocente do pecado da usura só por não ser o agiota da base da pirâmide mas que patrocina o esquema de forma indireta?
Quantos de nos pode dizer que tem sido movido pela máxima de um mestre que teve suas palavras manipuladas, deturpadas e adaptadas de forma genial a atender os anseios e necessidades dos senhores feudais que hoje carregam no nome o poder de uma marca forte ?
Quantos de nós pode dizer que "Ama a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo?"
Uma crise nestas proporções supera toda nossa capacidade de articulação material e tem raízes muito mais profundas do que simplesmente a quebra do sub prime americano. A crise de proporções dantescas esta incrustada em nosso desejo perverso de nos sobressairmos, de sermos melhor que nosso irmão, que nosso amigo. A crise esta incrustada no nosso desejo de possuir coisas e pessoas. De usar coisas e pessoas. De ignorar a divindade em cada ser humano que caminha e enxergá-lo apenas como "Mercado de Consumo" e reduzir cada espírito a estatísticas e estratégias de marketing.
A crise tem proporções dantescas por que além de toda a carestia e desigualdades sempre existentes no mundo, ela acelerou um câncer que vinha se desenvolvendo ha séculos. O câncer do DESAMOR.
Abandonamos a simplicidade em prol da complexidade de um mundo de obsolescência planejada e esquecemos que só temos um planeta. Uma terra. Destruímos o meio ambiente, matamos animais, escravizamos pessoas em um regime neoliberal perverso que mutila a capacidade de resistência da maior parcela da humanidade. Criamos exércitos de servos, de operários bem alimentados (e alguns nem tanto) de forma a servir de engrenagem pra um sistema que supúnhamos invencível. Infalível.
Faltou amor. Faltou amor próprio quando nos entregamos ao stress de ganhar dinheiro, levando o corpo ao seu limite físico e o espírito além dos limites morais e emocionais. Faltou amor quando decidimos por em risco uma relação amorosa em favor de uma carreira, status, dinheiro e poder. Faltou amor quando solapamos de nossas crianças e adolescentes sua alegria e tempo, forçando a acelerar o passo, aprender idiomas, fazer intercâmbios, MBAs.
Faltou amor quando perdemos a noção do tamanho que temos. Do desejo que temos.
Faltou amor quando perdemos a capacidade de ser feliz simplesmente. De ser feliz sem TER tanto. Faltou amor quando perdemos a capacidade de "olhar os lírios do campo".
Faltou amor quando nos apertamos e nos oprimimos todo um dia sem ver a luz do sol encaixotado em caixas de vidro ineficientes respirando ar condicionado.
Faltou amor quando perdemos a capacidade de ver em cada mancha amarela um sol, e passamos a ver o sol como uma simples mancha amarela...
Faltou amor e vai faltar muito mais à medida que a crise se agrava e que procuramos tapar seus buracos com pacotes econômicos de estímulo ao consumo. A mais consumo...
E vai continuar faltando amor enquanto estivermos presos no círculo vicioso de trabalhar a morrer para pagar o custo fixo, o cartão de crédito, o carro da moda, a roupa da moda, o estilo da moda, quando nos esquecemos que o essencial é realmente invisível aos olhos.
AMOR SEMPRE FALTA EM TEMPOS DE CRISE, porque TERRA QUE FALTA PÂO TODO MUNDO GRITA E NINGUÉM TEM RAZÂO.
Embora vivamos um triste cenário, com perspectivas terríveis. Comoditizamos tudo, inclusive nossos sentimentos. Influência e conhecimento viraram mais uma das muitas moedas e como nos idos tempos passados, o Sexo nunca foi algo tão estratégico nas relações, sejam elas comerciais ou pessoais.
Mas faltou amor.. e continua faltando...
Espero que o mundo encontre seu equilíbrio. Que se cure desta esquizofrenia e que consiga encontrar um caminho do meio entre as mazelas e virtudes dos regimes socialistas e neoliberais. E que nossa capacidade de superação e aprendizado nos ajude a perceber definitivamente que apenas uma lei deveria constar de nossas constituições:
"Ama teu próximo como a ti mesmo"
Todo resto é vaidade..Vaidade das vaidades. É correr atrás do vento.
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Por Waldemar Guimarães
Com o apoio incondicional de todo o Brasil o estado de Santa Catarina se recupera de uma das maiores tragédias naturais que se tem notícia em nosso pais. Essa é a prova do poder de um povo bom e generoso em sua esmagadora maioria, essa é a lição a camada de governantes que só se preocupam com o benefício próprio, essa força deve agora ser presença marcante nos desígnios desse pais para que um dia possamos desfrutar dos verdadeiros ideais democráticos. O nosso povo necessita de escolas melhores, porque sem educação apropriada fica mais fácil manipular massas para fins eleitorais espúrios, necessitamos de um sistema da saúde mais eficiente pois um povo adoecido também não estará apto a decisões baseadas na sanidade, necessitamos de menos impostos e desfrutar do verdadeiro valor do dinheiro e não pagar impostos abusivos para sustentar uma gigantesca máquina burocrática com seu inúmeros apadrinhados incompetentes e inúteis. Um povo se transforma numa nação também pelo caminho mais difícil, ou seja, na adversidade. Assim cresceram os países europeus envoltos em sua maioria em grandes e calamitosas guerras. A nossa guerra não foi escolhida por nos, mas pela natureza e seu poder insuperável que só foi amenizado com o maior valor que uma nação pode ter. UNIÃO. Parabéns Brasil, parabéns brasileiros.
quarta-feira, 26 de novembro de 2008
Realmente é um absurdo como funciona a nossa sociedade capitalista!!!
É rápido, mas não indolor ...
Texto do Neto, diretor de criação e sócio da Bullet, sobre a crise mundial.
"Vou fazer um slideshow para você. Está preparado?
É comum, você já viu essas imagens antes.
Quem sabe até já se acostumou com elas.
Começa com aquelas crianças famintas da África.
Aquelas com os ossos visíveis por baixo da pele.
Aquelas com moscas nos olhos.
Os slides se sucedem.
Êxodos de populações inteiras.
Gente faminta. Gente pobre. Gente sem futuro.
Durante décadas, vimos essas imagens.
No Discovery Channel, na National Geographic, nos concursos de foto.
Algumas viraram até objetos de arte, em livros de fotógrafos renomados.
São imagens de miséria que comovem.
São imagens que criam plataformas de governo.
Criam ONGs.Criam entidades.
Criam movimentos sociais.
A miséria pelo mundo, seja em Uganda ou no Ceará, na Índia ou em Bogotá sensibiliza.
Ano após ano, discutiu-se o que fazer.
Anos de pressão para sensibilizar uma infinidade de líderes que se sucederam nas nações mais poderosas do planeta.
Dizem que 40 bilhões de dólares seriam necessários para resolver o problema da fome no mundo.
Resolver, capicce?
Extinguir!
Não haveria mais nenhum menininho terrivelmente magro e sem futuro, em nenhum canto do planeta.
Não sei como calcularam este número.
Mas digamos que esteja subestimado.
Digamos que seja o dobro.
Ou o triplo.
Com US$120 bilhões o mundo seria um lugar mais justo.
Não houve passeata, discurso político ou filosófico ou foto que sensibilizasse.
Não houve documentário, ong, lobby ou pressão que resolvesse.
Mas em uma semana, os mesmos líderes, as mesmas potências, tiraram da cartola 3 trilhões de dólares (700 bi nos EUA, 1,5 tri na Europa) para salvar da fome quem já estava de barriga cheia."
Como uma pessoa comentou, é uma pena que esse texto só esteja em blogs e não na mídia de massa, essa mesma que sabe muito bem dar tapa e afagar.
Se quiser, repasse, se não, o que importa, o nosso almoço tá garantido mesmo.
segunda-feira, 10 de novembro de 2008
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES.
Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'
Por Clarice Zeitel Vianna Silva
UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ
'PÁTRIA MADRASTA VIL'
Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro PACote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?
Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade.
segunda-feira, 3 de novembro de 2008
METALLICA - Death Magnetic
Na música você percebe que chegou no fim da sua carreira quando chama Rick Rubin para produzir um disco seu, Johnny Cash que o diga. O cara virou a UTI( última tentativa do individuo), de vários artistas na busca daquela velha chama criativa do passado.
Depois de cometer uma série de tropeços nos últimos anos, não apenas musicais, diga-se de passagem, o pessoal do Metallica resolveu recorrer a Rubin para tentar convencer o seu público, cada vez menos fiel, que ainda poderiam dar conta do recado. Mas em Death Magnetic acabam soando como um caricatura de si mesmos. Ao ponto que James Hetfield parece estar imitando o vocalista daquela bandinha cover Beatallica e não o contrário.
Verdade seja dita, Death Magnetic soa, na maior parte do tempo, como o Metallica dos anos 80. Ou seja, incrivelmente datado. Está tudo aqui, os solos, os riffs, as mudanças de tempo. Mas nada parece muito inspirado ou necessário. E esse é o grande problema do álbum: sua irrelevância. Você já ouviu isso antes e melhor, e não há nada aqui que justifique uma nova audição.
O problema com o heavy metal é que, em geral, não é o tipo de música com a qual se possa envelhecer sossegadamente. E vamos ser sinceros, quando você fica mais interessado com a queda da bolsa de Nova Iorque e a crise financeira mundial do que com a última banda de thrash metal sueca, é que na hora de aposentar a ‘air guitar’. Pois você ficando está velho demais para esse tipo de música.
Talvez o Metallica já tenha conseguido superar essa fase e esteja agora tentando fazer as pazes com seu passado. Sem falar, que nem toda vodka do mundo justificariam um novo St. Anger. Pena que só visto desta forma, Death Magnetic talvez possa ser interpretado como uma evolução. Pois o resultado final está mais para um uniforme velho para o mesmo prisioneiro...
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Era uma vez no Oeste
“O ritmo do filme pretendeu criar a sensação dos últimos suspiros que uma pessoa exala antes de morrer. Era Uma Vez no Oeste é, do começo ao fim, uma dança da morte. Todos os personagens do filme, exceto Claudia (Cardinale), têm consciência de que não chegarão vivos ao final”
Sergio Leone
Em mais um dia de sol intenso no Oeste, três homens com longas capas bege aguardam a chegada do trem em sua estação. Não querem bilhetes, mas também não pretendem viajar. De arma em punho, eles apenas esperam, no mais puro tédio que resume a palavra. Um está embaixo de uma goteira, bebendo a água que se acumula em seu chapéu. Outro brinca com uma mosca, que passeava por sua barba por fazer. O terceiro cospe no chão. O vento. A expectativa. O apito. Ele anuncia que a espera chegara ao fim. Os três tomam posição estratégica, aguardando alguma coisa. Ou alguém. Engatilham suas armas e, mais uma vez, esperam. O trem descarrega os itens que para ali se destinam, mas ninguém desce. Os homens observam atentos. Nada. Novamente o apito e o trem começa a andar, partindo. Os homens abaixam suas armas e viram as costas, indo embora. Nesse momento ouve-se o som de uma gaita. Eles param e viram-se rapidamente, com as armas novamente em punho. Assim que o trem termina de passar, um homem revela-se por detrás deles, do outro lado do trilho. Ele tem uma gaita em mãos.
Logo após finalizar sua Trilogia dos Dólares, formada por Por um Punhado de Dólares, Por uns Dólares a Mais e Três Homens em Conflito, Sérgio Leone resgatara todo o respeito e a certeza de que os faroestes poderiam ser bons filmes, não apenas entretenimento barato. Agora almejava novos horizontes. Em sua mente já se desenhava um dos maiores clássicos policiais de todos os tempos, mas a Paramount só bancaria seu sonhado Era Uma Vez na América caso ele fizesse apenas mais um faroeste. Sérgio estava em um beco sem saída, uma vez que, na sua cabeça, já não haviam mais histórias nesse gênero para serem contadas. Mas Leone não se deixou levar pelo olhar ambicioso sobre os lucros que esse novo filme poderia gerar. Se devia ser feito, que fosse algo bom. Leone se juntou então com Sergio Donati, Bernardo Bertolucci e Dario Argento para escrever a história e o roteiro desse seu novo trabalho. Assim nasceu a obra-prima Era uma vez no Oeste.
Jill (Claudia Cardinale) é uma ex-prostituta de New Orleans que largou a vida na cidade grande para casar com Brent McBain (Frank Wolff), um sonhador dono de uma propriedade no meio do nada, viúvo e pai de três lindas crianças. Quando Jill chega à fazenda “Água Doce”, encontra uma chacina realizada na sua nova família. A única pista de quem pode ter feito tal crueldade está em um pequeno pedaço de pano encontrado no local, que remete à cruel gangue de assassinos de Cheyenne. Como Leone queria algo novo para sua história, uma das soluções encontradas foi elevar a importância de Jill dentro do contexto geral, uma vez que Leone não havia reservado papéis importantes para mulheres em seus filmes. A partir do momento que ele coloca Jill no centro de tudo o que acontece no filme, dá uma nova direção aos seus trabalhos também.
Charles Bronson interpreta o mocinho da história, conhecido como “O Gaita”, homem não identificado de jeitão calado e muita atitude. Não sabemos sua motivação até o final, mas sente-se um doce gosto de vingança em suas atitudes, principalmente quando seu caminho se cruza com o da nossa protagonista Jill. A escolha inicial de Leone para o papel seria Clint Eastwood, mas analisando o filme com um todo, percebe-se que não seria uma boa opção. Não que Eastwood não seja capaz de interpretar um personagem como “O Gaita”, e sim por já ter uma personalidade bastante marcada por protagonizar os três filmes anteriores de Leone. Caso Eastwood fosse mesmo o escolhido para o papel, as pessoas poderiam ligar erroneamente o fato de Leone estar fazendo um novo faroeste protagonizado por Clint Eastwood e correrem para o cinema esperando um novo Três Homens em Conflito. Mas não era esse o caso.
Era uma vez no Oeste é um filme muito mais plástico que os outros de Leone, um drama ambientado no Velho-Oeste. Aqui acontece uma história muito mais profunda, sem humor e com violência menos explícita que em seus outros filmes, mas essas não são necessariamente características ruins. São apenas diferentes. Até mesmo o jeitão do “Gaita” não combina com Clint Eastwood. Ele não é irônico, canastrão e nem brinca com a cara das pessoas. Ele é apenas um tremendo grosso que impõe a sua força quando necessário, calado e de atitude. Em Charles Bronson o diretor encontrou a pessoa certa para combinar boa atuação com o perfil que o personagem exigia.
A idéia de utilizar Clint Eastwood, Lee van Cleef e Eli Wallach, os três protagonistas de Três Homens em Conflito, na introdução do filme (a cena descrita ao início desta análise) chegou a ser cogitada, mas infelizmente teve de ser arquivada devido à indisponibilidade dos atores. Seria algo genial, mágico, pois ninguém imaginaria que esses três atores, tão famosos por seus trabalhos com Leone, morreriam logo nos dez minutos iniciais do filme. Metaforizaria também o corte bruto que Leone queria fazer com seus outros faroestes, deixando claro que Era uma Vez no Oeste seria algo novo, e que eles esquecessem os três que ali estavam.
Outra sacada de gênio, porém dessa vez concretizada, foi que Leone conseguiu ninguém menos que Henry Fonda (de Doze Homens e uma Sentença) para fazer o vilão da história. Fonda nunca tinha feito tal papel na vida. Depois do massacre, quando a câmera gira e mostra que o responsável por aquela cruel chacina era Henry Fonda, muitas pessoas ficavam surpresas e já na expectativa do que de novo aquele filme poderia trazer. Suas lentes azuis bem fortes e a ambição de ser uma pessoa grande tornaram-se características imortais para esse cavalheiro agora na pele de um urubu seco para comer suas carniças.
Fechando o elenco principal temos Jason Robards interpretando Cheyenne, um dos personagens mais interessantes de todo o filme. Barba mal feita, jeitão de safado, o cara é conhecido como um cruel assassino no local onde atua. Quando tentam incriminá-lo de alguns crimes que não cometeu, o cara acaba se tornando um dos mocinhos da história, criando um contraste extremamente interessante com a fama que lhe rodeia. Fora que suas cenas de ação, como quando ele salva Charles Bronson no trem de Morton (Gabriele Ferzetti), geram empolgação e remetem ao seu bom e velho faroeste.
Vale lembrar que esta parte é apenas uma referência aos seus outros trabalhos, o que é mais uma característica de Era uma Vez no Oeste. Leone se preocupou a todo momento inserir uma coisa ou outra que remetesse aos mais conhecidos faroestes já feitos, como por exemplo o modo de filmar a ação de filmes como Rastros de Ódio, Matar ou Morrer, No Tempo das Diligências e Os Brutos Também Amam. Até mesmo filmar no Monument Valley, locação preferida onde John Ford filmara oito de seus filmes, Leone filmou. Seu perfeccionismo era tanto que até pegar um pouco da terra vermelha do local para ser usada nas cenas de estúdio, fazendo entrar poeira pelas janelas e portas dos locais, ele usou. Outra significativa inclusão no filme é a chegada da prosperidade ao Oeste, representada pela linha do trem, por exemplo, e o crescimento ao Oeste que ela traria. A tecnologia como um novo elemento.
O ritmo do filme é bem lento, calculado, sempre criando expectativa para o que vai acontecer a seguir e como o que está na tela irá terminar. Leone demorava horas para fazer um plano simples para poder alcançar a mais perfeita estética que estes planos poderiam gerar. Ele deixava que cada um tivesse o seu significado. Leone chegava até mesmo a controlar a quantidade de poeira que estaria em cada roupa de seus atores, e utilizou fotos de época exigindo o máximo de fidelidade de sua equipe na hora de criar a arte do filme. O resultado foram alguns planos memoráveis, como quando Claudia chega na cidade e ainda não temos uma visão do local. Apenas alguns planos da estação de trem e, quando ela atravessa essa estação, a câmera fixa por uma pequena janelinha. Após a grua levar a câmera bem alto, temos noção da dimensão da cidade que fora construída apenas para esse filme (o orçamento folgado liberado para essas construções era maior do que o orçamento inteiro gasto em Por um Punhado de Dólares).
O duelo final entre “O Gaita” e Frank é memorável. Para mim, a melhor cena do filme disparada. Desde a preparação, com a chegada de Frank e o encarar dos dois, até o "mega-hiper-ultra" close nos olhos de Charles Bronson, para representar a entrada na mente dele pelo público, tudo tem seu significado dentro da obra. Com o flashback, todo o filme ganha uma importância extra, pois conhecemos a motivação do “Gaita” e a importância de suas ações. Como drama também, pois a cena é simplesmente revoltante e nos faz pensar se teríamos a mesma calma do personagem em suas atitudes ao se confrontar com Frank.
Outro fator que ajudou Era uma Vez no Oeste a ser uma valsa da morte foi sua trilha musical, algo a que Leone sempre deu muita atenção em suas obras. Cada personagem possui sua trilha sonora própria, entrando em cena juntamente com o seu possuidor. Mais uma vez durante a cena inicial, quando não há nenhuma trilha sendo executada (afinal, não havia nenhum personagem principal em cena ainda), mias uma vez a trilha sonora ficou a cargo do gênio Ennio Morricone, que elevou a importância dos sons naturais para criar sua trilha. Deixou que o moinho de vento fizesse mais barulho, que a goteira fosse percebida, que a mosca fosse tão irritante quanto na vida real. Quando o trem chega, entra a trilha sonora de “O Gaita”.
Certas vezes, antes mesmo do personagem entrar em cena já sabemos que isso irá acontecer, devido à trilha executada por Leone ao início de cada seqüência. Quando dois personagens estão no mesmo local, percebe-se a genialidade: os temas se misturam criando uma nova sensação ao escutar as músicas, aproveitando ao máximo o belo material que tinha em mãos. Ao invés de torrar nossa paciência apenas com os quatro mesmos temas de sempre, Leone nos faz sentir algo extremamente positivo.
O melhor de tudo é que cada tema tem o seu significado. “O Gaita”, por exemplo, ganha um significado cavalar quando, ao duelo final, o flashback eleva sua importância ao extremo. As músicas sempre tiveram uma importância fundamental nos filmes de Leone, mas aqui elas ganham o seu patamar máximo. Foram compostas antes mesmo das filmagens começarem, pois Leone queria que elas ditassem o ritmo que sua história seria contada. Isso ajudou também na preparação dos atores, pois Leone costumava tocar seus temas no set para inspirar os personagens. Leone já tinha na ponta da língua tudo o que queria antes mesmo de começar a filmar. Tarantino aprendeu bem a lição...
Infelizmente, na época em que foi lançado, Era uma Vez no Oeste não alcançou um grande sucesso comercial nos EUA, o que resultou no corte de 20 minutos do filme para deixá-lo mais acessível ao público, bem como o estúdio queria. Só que o reconhecimento veio com o decorrer do tempo. Uma obra de arte poética e sensível, completa como faroeste, perfeita como um filme. Acabou sendo o primeiro de uma nova trilogia imperdível, seguido por Quando Explode a Vingança e a outra obra-prima Era uma Vez na América. Seja fã de Leone ou não, este é um daqueles títulos indispensáveis para quem quer conhecer a boa história do cinema.
Texto de Internet
"Um dia, quando eu era calouro na escola, vi um garoto de minha sala
caminhando para casa depois da aula.
Seu nome era Kyle.
Parecia que ele estava carregando todos os seus livros.
Eu pensei:
'Por que alguém iria levar para casa todos os seus livros numa
Sexta-Feira?
Ele deve ser mesmo um C.D.F'!
O meu final de semana estava planejado (festas e um jogo de futebol
com meus amigos sábado à tarde), então dei de ombros e segui o meu caminho..
Conforme ia caminhando, vi um grupo de garotos correndo em direção
a Kyle.
Eles o atropelaram, arrancando todos os livros de seus braços,
empurrando-o de forma queele caiu no chão.
Seus óculos voaram e eu os vi aterrissarem na grama há alguns
metros de onde ele estava. Kyle ergueu o rosto e eu vi uma terrível tristeza em
seus olhos.
Meu coração penalizou-se! Corri até o colega, enquanto ele engatinhava
procurando por seus óculos.
Pude ver uma lágrima em seus olhos. Enquanto eu lhe entregava os
óculos,disse: 'Aqueles caras são uns idiotas! Eles realmente deviam
arrumar uma vida própria'. Kyle olhou-me nos olhos e disse: 'Hei, obrigado'!
Havia um grande sorriso em sua face. Era um daqueles sorrisos que realmente
mostram gratidão. Eu o ajudei a apanhar seus livros e perguntei
onde ele morava.
Por coincidência ele morava perto da minha casa, mas não havíamos
nos visto antes, porque ele freqüentava uma escola particular.
Conversamos por todo o caminho de volta para casa e eu carreguei
seus livros.Ele se revelou um garoto bem legal.
Perguntei se ele queria jogar futebol no Sábado comigo e meus
amigos.Ele disse que sim. Ficamos juntos por todo o final de semana e quanto
mais eu conhecia Kyle, mais gostava dele.
Meus amigos pensavam da mesma forma.
Chegou a Segunda-Feira e lá estava o Kyle com aquela quantidade
imensade livros outra vez! Eu o parei e disse:
'Diabos,rapaz, você vai ficar realmente musculoso carregando essa
pilha de livros assim todos os dias!'.
Ele simplesmente riu e me entregou metade dos livros. Nos quatro
anos seguintes,Kyle e eu nos tornamos mais amigos, mais unidos. Quando
estávamos nos formando começamos a pensar em Faculdade.
Kyle decidiu ir para Georgetown e eu para a Duke. Eu sabia que
seríamos sempre amigos, que a distância nunca seria problema. Ele seria
médico e eu ia tentar uma bolsa escolar no time de futebol. Kyle era o orador
oficial de nossa turma. Eu o provocava o tempo todo sobre ele ser um C.D.F.
Ele teve que preparar um discurso de formatura e eu estava super
contente por não ser eu quem deveria subir no palanque e discursar.
No dia da Formatura Kyle estava ótimo.
Era um daqueles caras que realmente se encontram durante a escola.
Estava mais encorpado e realmente tinha uma boa aparência, mesmo usando
óculos.
Ele saía com mais garotas do que eu e todas as meninas o adoravam!
Às vezes eu até ficava com inveja.
Hoje era um daqueles dias. Eu podia ver o quanto ele estava nervoso
sobre o discurso. Então, dei-lhe um tapinha nas costas e disse: 'Ei,
garotão,você vai se sair bem!'
Ele olhou para mim com aquele olhar de gratidão, sorriu e disse:
-'Valeu'!
Quando ele subiu no oratório, limpou a garganta e começou o
discurso:
'A Formatura é uma época para agradecermos àqueles que nos ajudaram
durante estes anos duros. Seus pais, professores, irmãos, talvez até um
treinador, mas principalmente aos seus amigos. Eu estou aqui para lhes dizer
que ser um amigo para alguém, é o melhor presente que você pode lhes dar.Vou
contar-lhesuma história.
Eu olhei para o meu amigo sem conseguir acreditar enquanto ele
contava a história sobre o primeiro dia em que nos conhecemos. Ele havia
planejado se matar naquele final de semana! Contou a todos como havia esvaziado
seu armário na escola, para que sua Mãe não tivesse que fazer isso depois que
ele morresse e estava levando todas as suas coisas para casa.
Ele olhou diretamente nos meus olhos e deu um pequeno sorriso.
'Felizmente, meu amigo me salvou de fazer algo inominável!' Eu
observava o nó na garganta de todos na platéia enquanto aquele rapaz popular e
bonito contava a todos sobre aquele seu momento de fraqueza.
Vi sua mãe e seu pai olhando para mim e sorrindo com a mesma gratidão.
Até aquele momento eu jamais havia me dado conta da profundidade do
sorriso que ele me deu naquele dia.
Nunca subestime o poder de suas ações. Com um pequeno gesto você
pode mudar a vida de uma pessoa. Para melhor ou para pior.
O destino nos coloca na vida dos outros para que tenhamos um impacto,
uns sobre os outros de alguma forma."
Ai q eu to de T.P.M. e esse texto me fez chorar rsrsrs
Bjos em todos!
sábado, 25 de outubro de 2008
Speed Racer
Não se engane. Muitos críticos aproveitaram sua total e completa ignorância cinematográfica para tecer elogios a Speed Racer. Mas todos estão errados. Afirmo sem a menor hesitação que o filme dirigido pelos irmãos Wachowski é o pior do ano. É um daqueles fracassos monumentais de bilheteria e pode ser considerado como uma crônica de uma tragédia anunciada.
Antes de mais nada vale lembrar que o personagem Speed Racer, foi criado em 1966, pela Tatsunoko Productions. No ano seguinte, os 52 episódios da série foram dublados para o inglês. No Brasil, para variar, ele chegou com atraso. Somente começou a ser exibido na década de 70. Apesar disso, as aventuras do jovem piloto e seu carro cheio de recursos tecnológicos fizeram muito sucesso.
A desenho foi adaptado para o cinema de forma psicodélica. Na trama, Speed Racer (Emile Hirsch) é um jovem extremamente rápido nas pistas de corrida, embora todos os circuitos em que ele corre pareçam com um autorama gigante. Speed é um piloto agressivo, que usa todos os seus instintos com habilidade e não tem medo do perigo. Quer dizer... praticamente igual ao Rubinho Barrichello só que completamente diferente.
Existe apenas uma pessoa capaz de desafiar Speed, seu irmão Rex Racer. Porém, Rex morreu em um acidente. Como está sozinho e caminho do sucesso, o jovem piloto chama a atenção de uma megacorporação, a Royalton Industries. Recebe uma proposta que pode mudar a sua vida e a de sua família. Porém, Speed decide recusar. Isto irrita o prepotente Royalton (Roger Allam).
Furioso, ele revela a Speed um segredo. Os resultados das corridas mais importantes da temporada são pré-determinadas por um grupo de cruéis magnatas capitalistas, que manipula os resultados somente com o propósito de aumentar seus lucros. Pressionado por todos os lados, ele decide que a única maneira de salvar sua família é derrotando Royalton em seu próprio jogo.
Para obter sucesso na empreitada ele terá a ajuda de ajuda de Trixie (Christina Ricci), sua fiel namorada. Diga-se de passagem, um dos poucos méritos do filme é que o casal se parece muito com os personagens do desenho. Aliás, Christina Ricci tem mesmo cara de mangá... Os dois ainda vão contar com o importante auxílio do "mestre das batidas", o Corredor X (Matthew Fox). O trio vai disputar um rally mortal, que, inclusive, já tirou a vida do irmão de Speed.
O grande erro de Speed Racer - e possivelmente o grande motivo do fracasso do filme - são as corridas. Não é preciso ser um gênio para saber que ver o Mach 5 em ação é um dos poucos trunfos da trama. Porém, os irmãos Wachowski conseguem transformar tudo em uma maçaroca de luzes girando em alta velocidade. A edição é absurdamente confusa e, para piorar, os circuitos em formato de autorama não ajudam em nada.
Outro detalhe idiota é a insistência em reduzir a violência do desenho. Ou seja, na hora das explosões e capotagens, os pilotos acabam escapando ilesos graças a uma bizarra bolha de espuma que os envolve em um casulo de proteção. Só que no Speed Racer normal não tinha perdão. Só o Corredor X deve ter matado uns 30 figurantes.
Os irmãos Wachowski também resolveram apostar em um humor babaca que consegue desagradar tanto as crianças que nasceram em 1960 como as crianças que vivem na era do Playstation e do iPod. Chega a ser irritante ver um trabalho tão patético e pífio apostar todas as suas fichas em uma psicodelia sem sentido, no uso excessivo da computação gráfica e esquecer contar uma história. Enfim, Speed Racer é um filme infantil e infantilóide. Ou seja, se você gostou de uma estultice dessas só pode ser mesmo crítico de cinema...
P.S. - Uma curiosidade: embora muitos incautos expliquem que o capacete de Speed Racer tem a letra M em função do nome do personagem em japonês (Gõ Mifune) a afirmativa é falsa. Na verdade o M, pintado no capacete e no capô do Mach 5, representa o nome da companhia Mifune Motors, a empresa da família. Isto por que os japoneses valorizam muito mais o trabalho de equipe do que o individualismo.
Por quê votar no Gabeira (pra vc Guilhermé, que solicitou argumentos em seu blog)
Basearei-me então nas minhas convicções pra tentar convencê-lo a votar nesse homem.
Digo esse homem, e não nesse político por entender que atualmente esse termo político não se designa mais as funções intrínsecas dessa palavra. Entendo como político alguém que possui uma função sórdida e egoísta, alguém que se traveste de homem publico e direcionado aos interesses populares, mas na realidade atua por interesses meramente pessoais. É essa a realidade da nossa política atualmente. Nossos homens públicos não possuem nenhum comprometimento com os nossos interesses, bem como com suas promessas feitas antes de serem eleitos. Por isso acredito que Gabeira não é um político, mas sim um articulador. Ele esta sendo severamente acusado de ser evasivo, mas é exatamente por ser evasivo que acredito nele. Ora, não somos mais inocentes de acreditar que um “político” consiga governar sozinho, nem que consiga realizar tudo o que planejou, por mais bem intencionado que seja. A maquina esta tão podre, que há de ter diplomacia e jogo de cintura para realizar seus intentos. E ele possui plano de governo sim, apenas não faz promessas mirabolantes que todos nos sabemos que não serão realizadas. Ele tem sido de uma transparência e coerência única. Nesse site estava tudo explicado, bem como as prestações de contas de sua campanha, coisa inédita no nosso pais. Todos nos sabemos que a corrupção começa exatamente nas campanhas, com os conchavos, as barganhas de apoios por cargos políticos, e lá se vai por água abaixo todo um projeto montado. E isso ele deixou bem claro que não fará, que não haverá esse tipo de troca. Você pode perceber em suas entrevistas que ele não promete, não discursa para os ignorantes, não é populista. Não ataca o adversário, é limpo e integro. Na entrevista da Globo a apresentadora perguntou: “O que o senhor promete que não haverá no final do seu mandato?” Ele respondeu: “Não posso prometer nada, apenas que haverá transparência durante todo ele.” Quem ficou satisfeito com essa resposta? Os ignorantes, os que abraçam os candidatos na rua, que amam aqueles que beijam criancinhas (e depois se limpam), certamente não. Adorariam escutar: vou acabar com a miséria, com o desemprego, com a violência. É muito fácil prometer, e sabemos que por mais que o governo seja bem sucedido, não é em um mandato que acabaremos com isso, mas com a seqüência de vários governos idôneos. Atentando que quando chamo “os ignorantes”, não me refiro a classes sociais, mas àqueles que ignoram as articulações políticas. Gabeira é, portanto, um candidato que não se vende, não se contradiz, não se suja para ser eleito. E é exatamente por isso que ele tem meu crédito. Não consegui transferir meu titulo de BH pro Rio, mas adoraria tê-lo feito, pra votar nesse homem. Acredito que o Brasil precisa de homens públicos honestos, mais que tudo. Enquanto houver políticos corruptos, não há plano de governo que seja concretizado efetivamente, bem como receita para ser aplicada. Há que ter transparência em suas atitudes e contas governamentais, há que se ter uma visão mais holística de governo, há que se ter decência e coerência. E é isso que Martha Medeiros chama de moderno. Um novo tipo de político, sem esse ranço, sem essa sujeirada que vemos atualmente. E se você conhecesse melhor seus textos, veria que ela não é uma feministazinha, mas sim uma mulher culta e inteligente, atenta às diversas fontes filosóficas mundiais. Certo, na revista de domingo do O Globo ela escreve crônicas mais amenas, mais populares, mas está longe de ser superficial ou fetichista.
Bem, poderia ficar aqui escrevendo eternamente sobre o Gabeira, sobre o quanto pouco valorizamos as ciências sociais e cultuamos as positivistas (uma das críticas a ele é ser um mal administrador), o quanto esse mundo e essa sociedade está precisando entender as diferenças e abolir de vez o preconceito.
Por falar nisso, quando você fala que ele não abordou determinadas questões, eu compreendo o motivo dele. Sabemos que esses assuntos são polêmicos, e que grande parcela da população é preconceituosa. Se ele é gay ou não, se ele usa ou não maconha, isso não é relevante ao cargo. Tendemos a rotular alguém: bicha, ou maconheiro, e nos limitamos a vê-lo apenas como bicha, ou maconheiro, minimizando o ser humano a esses rótulos, e fim. Para que então? Ele precisava expor seus ideais, sua concepção de homem publico, e não suas opiniões pessoais.
Ái, chega, escrevi demais. Tive a pretensão de convencê-lo a votar no Gabeira, e não nulo, mas fica com você. Talvez por uma culpa que fica me remoendo por não ter transferido meu título a tempo, aí tô eu aqui te pentelhando pra votar por mim rsrs. Até poderia convencer outro, mas só conheço uma pessoa que não votará nele, e confesso que já tentei sem sucesso. Eu que tome tento e transfira meu voto para poder exercer minha cidadania da próxima vez rs...
Bjos em todos!
quarta-feira, 22 de outubro de 2008
domingo, 19 de outubro de 2008
Se o Gabeira Ganhar - Martha Medeiros
Infelizmente, algumas mulheres e homens íntegros costumam dar férias para sua integridade durante campanhas eleitorais. Nessa hora, todo mundo vira leão e quer devorar o outro. Imagine um candidato admitir, antes do resultado final, que o adversário é um homem capaz. Por essas e outras é que a grande novidade desta eleição foi a votação expressiva de Gabeira, a despeito de todos os preconceitos que poderiam barrar a alavancagem de sua candidatura. Isso, por si só, já é uma vitória do Brasil – não só do Rio de Janeiro.
Se Gabeira ganhar, será a prova de que o brasileiro está votando de forma mais consciente e que cansou de ficar se lamentando em balcão de bar, repetindo a ladainha de que político é tudo igual.
Se Gabeira ganhar, saberemos que existe uma parcela da população que não tem medo de quem possui uma mentalidade aberta e que está apostando em novos horizontes, em quem tem experiência não só política, mas de vida.
Se Gabeira ganhar, finalmente teremos em um cargo público um homem que conversa com o eleitor feito gente grande, dizendo exatamente o que pensa, em vez de apelar para discursos fleumáticos e repetitivos, entulhado de jargões.
Se Gabeira ganhar, vai ser a recompensa merecida por ele ter peitado Severino Cavalcanti, dando nele um cala-boca que todos nós gostaríamos de ter dado na ocasião do “mensalinho”.
Se Gabeira ganhar, não será apenas o deputado federal que assumirá o cargo, mas também o escritor e jornalista que tantas vezes defendeu as liberdades individuais, os direitos humanos, as formas alternativas de viver em sociedade e que possui uma consciência ecológica que vem de muito antes disso virar moda.
Muitos políticos – inclusive Fogaça e Maria do Rosário, que disputarão o segundo turno aqui em Porto Alegre – já eliminaram a pose de super-heróis e a prosa característica dos “profissionais” da política, aqueles que dizem apenas o que o eleitor quer ouvir, sem compromisso com a viabilidade do que está sendo dito. Mas Fernando Gabeira, pela projeção nacional que tem e pela cidade problemática que pretende governar, é o fato eleitoral de 2008. É interesse de todos nós que a política brasileira experimente, para variar, dar espaço para alguém com um perfil mais ético, corajoso e cosmopolita. Se ele será um bom prefeito, caso eleito? Não sei, ninguém sabe. Mas ter vencido a desconfiança diante da sua biografia incomum já é motivo para comemorarmos. Ao dar crédito para Gabeira, o Brasil ficou um pouco mais moderno.
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
Dia 15 de outubro
Prof. Roberto Camargos Malcher Kanitz
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quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Black Sabbath "As três macaras do terror"
Terry "Geezer" Butler viu este filme. Numa bela tarde dos psicodélicos anos sessenta, notou um cartaz publicitário de "I Tre volti della paura", ou "Black Sabbath", como seria chamado na Terra da Rainha. Neste cartaz, Boris Karloff cavalga alucinado, carregando uma cabeça decepada. "- Se eles ganham dinheiro fazendo filmes que assustam as pessoas, nós ganharemos fazendo músicas que assustam as pessoas!". Então Gezzer Butler mudou o nome de sua banda de Earth para Black Sabbath. Formava-se então uma das maiores bandas de rock de todos os tempos. “Black Sabbath: As Três Máscaras do Terror” é uma coleção de três contos que se tornaram clássicos do cinema de horror. O primeiro, "O Telefone" (The Telephone), conta a história de uma bela mulher que é ameaçada de morte pelo telefone. No episódio seguinte, "O Wordulak" (The Wordulak), uma família aguarda o retorno do patriarca, que enfim volta ao lar, porém contaminado por um vampiro. No último episódio, chamado "A Gota d'água" (The Drop of Water), o fantasma de uma condessa retorna do além para cobrar um anel roubado durante o preparativo para seu funeral. O cinema italiano revisitou o gênero horror, ao construir, na década de 50/60, as diretrizes de um novo universo, repleto de sofisticação visual, forjado em cores berrantes e ambientado em uma atmosfera barroca regada pelo sobrenatural e pelas forças ocultas. |
O segmento "O Telefone" é um genuíno Giallo. Repleto de detalhes, que sufocam o expectador, assim como sufoca a vítima, uma bela prostituta chamada Rosi. Um enredo simples, que se resume a uma noite em que a jovem recebe várias ligações a ameaçando de morte. Com medo de ficar só, Rosi convida sua ex-amante Mary para dormir em sua casa. A trama polêmica culmina num terrível assassinato. Ciúmes, libido e morte. O expectador mais atento vai notar ainda uma influência direta deste conto na seqüência inicial do horror teen de Wes Craven, “Pânico”. Adaptado por F. G. Snyder, inspirado levemente numa história de Guy de Maupassant, o episódio traz no elenco as belas Michèle Mercier como Rosy e Lidia Alfonsi como Mary. Ousou ainda em apresentar cenas de nudez feminina em pleno início dos anos 60. As peladonas se tornariam também marca registrada nas produções de horror italianas da próxima década. |
A brilhante união entre dois monstros sagrados do cinema de horror, Boris Karloff e Mario Bava, resultou no segundo conto, "O Wurdulak". Este é o mais longo dos segmentos. É uma história de vampiros, onde Gorka (Karloff), um camponês russo é transformado em um Wurdulak (um tipo de vampiro que suga apenas o sangue das pessoas que ama) e ameaça toda sua família. A fotografia repleta de cores vivas, as sombras e formas "expressionistas", a direção de arte e os cenários, tudo perfeitamente entrelaçado numa verdadeira obra-prima de horror. Tudo isso ainda estrelado pelo veterano Karloff. Destaque para a sinistra seqüência em que o "garotinho", já transformado, grita pela mãe. Excelente adaptação do conto escrito pelo russo Aleksei Tolstoy (primo de Leon Tolstoy).
A trama do último episódio, escrito por Ivan Chekhov, bem que poderia ser o roteiro de um filme de terror Japonês. Apesar da simplicidade do enredo, onde um espírito se vinga de uma enfermeira que lhe roubou uma jóia, "A Gota d'água" é o mais aterrorizante dos três segmentos. E o terror é resultado da soma de pequenos detalhes, como os estranhos ângulos da câmera, o som sufocante da "gota d'água", a mosca, a iluminação deficiente e a trilha sonora perturbadora. Mais uma prova da maestria e do brilhantismo de Bava.
O título original italiano “I Tre Volti de La Paura” poderia ser traduzido como "As Três Faces do Medo". São três contos, três faces, três máscaras do terror. A primeira máscara, em "O Telefone" é a sexualidade, que acaba motivando a violência e o assassinato. A segunda, em "O Wurdulak", é a família corrompida por um membro contaminado. A terceira máscara, em "A Gota d'água" é a loucura, a perda da capacidade de distinguir o real do pesadelo.
Alguns trabalhos de Mario Bava estão disponíveis em DVD por aqui. Dentro do gênero horror/fantástico, além de “Black Sabbath – As Três Máscaras do Terror”, foram lançados o ótimo "A Máscara de Satã" (1960, pela Works), com Barbara Steele e o psicodélico "Hércules no Centro da Terra" (1961, pela Classic Line), com Christopher Lee e Reg Park.
A versão de "Black Sabbath: As três Máscaras do Terror" lançada pela Works aqui no Brasil é a original, italiana. Os distribuidores americanos, na época em que o filme foi lançado nos EUA, inverteram a ordem dos contos, mudaram a trilha sonora, deceparam o filme conseguindo transformar uma obra-prima em um filme medíocre (parecem que são experts nisso, não?).
Juno
Por Pedro Camacho
Os americanos conseguem fazer uma comédia romântica da lista telefônica. Vejam o caso de Juno, vencedor do Oscar de roteiro original de 2008, o filme é basicamente uma comédia moderninha que tem de fundo temas como gravidez na adolescência, aborto e adoção. Coloque uma trilha sonora de bandas descoladas em cima disso tudo e pronto. Depois é só esperar pelos votos da academia.
Escrito pela ex-stripper Diablo Cody, o filme não disfarça que é na verdade um conto de fadas. Afinal alguém que já foi uma striper com certeza sabe fantasiar. Na vida real se sua filha menor de idade aparecesse grávida, o mínimo que se espera, é que pratos sejam quebrados, ameaças sejam feitas e ao menos duas ou três viaturas da polícia sejam envolvidas. Nada disso acontece no filme. E não importa em que mundinho de faz-de-conta a roteirista viva, solteiros ou recém divorciados nunca receberiam permissão da justiça americana para adotar uma criança. Nem no Brasil maravilha seria possível.
Dirigido sem muito esforço por Jason Reitman, o mesmo do enganador, Thank You, For Smoking (Obrigado Por Fumar), Juno tem vários furos no roteiro alguns intencionais outros por omissão, o que reforça a estranha superficialidade da película. A idéia parece ser tornar os assuntos tratados no filme, em algo tão trivial e corriqueiro como escovar os dentes. Tipo, só na cabeça de uma ex-stripper mesmo.
Para piorar as coisas, Juno é desse tipo de filme que a cada seqüência é introduzida por uma nova canção na trilha sonora. Sem falar nas inúmeras referências musicais presentes no roteiro moderninho. Bandas como Iggy Pop & The stooges, The Runaways, Sonic Youth e Melvins, por exemplo, são citadas nominalmente. Tudo só para mostrar o quão moderninha e descolada é a protagonista Ellen Page, que é a melhor coisa do filme. Já o pai da criança, Michael Cera, de Arrest Development repete, basicamente, seu antigo papel na série. Quer dizer, ao menos sua interpretação é idêntica.
No final das contas, Juno talvez seja a mais improvável comédia romântica de todos os tempos. Mas isso não é necessariamente um mérito. Parece mais uma concessão mercadológica de alguém que quer agradar conservadores e liberais, com um filme com potencial para ofender ambos.
Encerrando ciclos - por Glória Hurtado
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
O Desabafo de Alex (Vale a pena ler)
O Sabor, o Saber e a mosca na minha sopa...
Algumas reflexões são como o fio de Ariadne que nos resgatam de um labirinto de livres associações e idéias desconexas, até um ponto exato onde tudo parece ter um sentido real, uma razão maior, um gerente que coordena todo este grande movimento universal. Este caos cotidiano que parece envolver nossas sinapses numa expressão maior da esquizofrenia que vivemos, também nos põe diante de uma caixa de Pandora pessoal, atônitos, curiosos e apreensivos se devemos abrir ou não a caixa ...Diante do universo de Neo, de ficar na Matrix ou tentar sair dela...
Será que devemos tomar a pílula azul ou vermelha ?
Morpheu :
- Se tomar a pílula azul a história acaba e você acordará na sua cama acreditando no que quiser acreditar.
- Se tomar a pílula vermelha ficará no País das Maravilhas e eu te mostrarei até onde vai a toca do coelho.
O Reino de Morpheu é perverso no sentido em que nos tira os “antídotos necessários” como diria Nietzsche e nos obriga a lidar com uma perspectiva de realidade tão nova quanto absurda. Tão absurda quanto atrativa, e tão apavorante quando líquida... Sem a consistência que sempre encontramos nas historinhas de carochinha que aprendemos desde cedo a acreditar e construir nossa frágil realidade com este pano de fundo.
E nada costuma me perturbar tanto quanto Teatro da Modernidade com seus “Espetáculos de Democracia”, onde tudo parece tão livre, tão honesto, tão justo e tão DEMOCRÄTICO...As pessoas se envolvem em debates acalourados, se ofendem, se expõem mutuamente e saem normalmente com um balanço muito pior que o inicial. Da sempre aquela sensação que ninguém vale nada, que todo mundo tem um esqueleto, e que o único objetivo da POLÏTICA é de cunho pessoal e ilícito. É apenas uma busca de poder e riqueza num prazo menor...É um investimento...
Isto me trouxe a seguinte reflexão:
“Atras de todos os nossos movimentos e decisões não está unica e exclusivamente um investimento com objetivos pessoais ?”
E novamente revisito Nietzsche em “Alem do bem e do Mal”, quando ele defende a tese de que “não existe fenômenos morais e sim interpretações morais dos fenômenos”. E novamente revisito minha adolescência, a militância no movimento estudantil, a colaboração com o movimento sindical, meu trabalho, afetos, amores e amigos...
Curiosamente atras de tudo isso esbarro na ESPIRITUALIDADE.
Não houve momento na história da humanidade onde os indivíduos de uma única geração fossem testemunhas de tantas transformações de proporções planetárias com impactos profundos tanto na geografia e sociologia do mundo quando no psiquismo e no modo de viver mais íntimo dos indivíduos deste orbe. Minha geração cresceu em um mundo que amadurecia formas de controlar e torturar as mentes, com meios mais modernos que os usados na Idade Média pela Igreja Católica. Vivíamos sobre uma polaridade política de Socialismo e Capitalismo, entre Liberdade e Segurança. Vivíamos também os resquícios do medo de uma nova Guerra Mundial, de catástrofes e de apocalispe... De fim de mundo...
Minha geração teve de acreditar e desacreditar em tanta coisa que acabou desacretidando de si mesma e preferiu se entregar a alienação e ao ostracismo. Optou pela ignorância, pelo imediatismo e pela filosofia barata.
Tivemos sonhos destruídos mais de uma vez. Tivemos ideologias pra dar com pau e até este momento caímos neste profundo abismo de obscuridade. Neste Vazio...
Eu vi o Muro de Berlim cair e com ele nossos sonhos de um mundo justo, de um socialismo mundial. Descortinava aos nossos olhos os inegáveis desmandos e absurdos do regime que tanto admirávamos e que lutávamos por ele numa América Latina Socialista. Mesmo o mais eloquente tinha de se silenciar diante do fato inequívoco e indiscutível que a “União das Repúblicas Socialistas Soviéticas” veio abaixo e com ela uma geração inteira de sonhos e corações partidos. Países em guerras absurdas, se dissolvendo em conflitos étnicos e religiosos que deram origem a estados cada vez menos tolerantes e mais reacionários ainda. Era a vitória do NEOLIBERALISMO. Sofri muito porque tive de negociar com minhas próprias dores, sonhos e ideais. E como era bem jovem talvez tenha sido mais fácil...
Vi prosseguir o desastre que era um sistema opressor que pregrava um crescimento infinito num planeta com recursos finitos. Que pregava a desigualdade entre os povos e o extermínio de culturas milenares, o desrespeito a ARTE, e sua massificação como produto de consumo. Fui testemunha de uma Europa que se desfez em menos de 20 anos, levando os McDonalds ao Museu do Louvree, a EuroDisney e os patéticos condomínios de classe média da Costa do Sol na Espanha que ao ver com tristeza neste verão de 2007 a cidade de Cadiz se transformar numa zona de especulação imobiliária agressiva, transformando os arredores de Sevilha, Cadiz e Jerez numa Guarapari no hemisfério norte... VI o Caminho de Santiago se popularizar como a “trilha do turismo barato”, destruindo as bucólicas vilas de mais de 10 séculos e novamente trazendo a tona o poder da Primazia Católica Espanhola numa terra que acreditava eu progredia.
Vi Paris se tornar um grande mercado de marcas sem história e a elegância dos cafés e da histórica intelectualidade no Quartier Latin, cheia de turistas com sacolas, cafés a 3 euros, e quase tudo igual a Las Vegas. Parecia que o mundo estava se tornando um só... Plano demais...
Nos idos dos anos 90, vi a privatização de tudo que eu achava que devia ser um direito de um cidadão deste planeta e não um produto de consumo. Privatizaram a saúde, a educação, a água, a energia, as estradas, os hospitais, cemitérios, fábricas, petroléiras, institutos de pesquisa e tudo mais... Tudo virou CAPITAL...
Confuso aos meus vinte e poucos anos, sem muito dinheiro no bolso, eu assistia a tudo bastante incomodado, porque eu penso.. E já naquela época pensava e lia muito. E nunca me saia da cabeça a frase de Marx: “E quando o capital ficar maior que os estados ?”
E toda aquela conversa de “estado mínimo”. De mão oculta do mercado, de equilíbrio sistêmico quase me convenceu. O poucos bancos estatais que restavam foram privatizados, e lógico, numa sociedade ambígua ética e moralmente como é a nossa brasileira, tudo aqui ficou pela metade. Foram-se os anéis e ficaram os dedos... em alguns casos apenas...
Minas Gerais foi um dos poucos estados brasileiros que adotou e manteve a postura radical e controversa, na contramão da história. Mesmo privatizando uma coisa ali outra aqui, manteve em seu poder o controle de tudo. Da água, da Energia, do Capital de Fomento, da Pesquisa e Tecnologia, da Informática e por ai vai. Possso dizer sem equívoco que fomos pioneiros nas PPPs, uma vez que em tudo ha um dedo ou influência do PRIVADO, mas com aportes e proteção de um sistema político. Não sou inocente mais o suficiente pra achar que tudo isso ocorreu por razões ideológicas ou humanistas, mas simplesmente porque favorecia a corrupção. Mas de qualquer modo, acredito eu foi melhor assim...
Hoje diante de uma quebradeira mundial de bancos que lastreiam recursos de estados inteiros como Bélgica, Luxemburgo, Holanda e até mesmo uma boa parte dos Estados Unidos. De gigantes estremecerem como a Gasprom, Petrobras, Vale, AIG e por ai vai... E com a descarada alternativa de socialização dos prejuízos imputando aos cidadãos “do mundo todo” a responsabilidade de dividir o prejuízo causado mundialmente por um pequeno grupo que não deve incluir nem 1000 pessoas a socorrer problemas desta ordem, quando em muitas casas quando faltou a grana da hipoteca, do telefone, do pão de cada dia, tiveram seus nomes negativados, créditos suspensos e uma profunda depressão que sempre ocorre nestas ocasiões.
E o que fez o estado mínimo ?
Nada, por que era esta a posição dele.. Ser mínimo.. O mercado resolve suas próprias questões. E resolve mesmo. Resolve com Lobby, com dinheiro público e com a ameaça de piorar ainda mais a dificil vida de um cidadào numa economia globalizada onde o bater de asas de uma borboleta na China cria um terremoto no Vale do Sapucai onde desemprego, menos investimentos e outras coisas mais podem ocorrer por conta da chamada CRISE SISTÊMICA.
Confesso que sorri com ironia ao ouvir no noticiário a estatização em massa de instituições privadas no mundo todo em poucos dias. Jä pensou se fosse o Hugo Chavez que propusesse um pacote de ajuda de 700 bilhões e a nacionalização da AIG ? Ou será mesmo que o Governo americano quer aderir ao socialismo do século XXI e se aproximar da República Bolivariana da Venezuela ? Talvez tivessem algo a aprender conosco, pois aqui na America Latina, ainda temos Petrobras (mesmo que cm grande parte de ações na mão de estrangeiros), PDVSA, Banco do Brasil, BNDES, ELETROBRAS, CEMIG, ELETRONORTE, CORREIOS, SERPRO, e muitas outras instituições em poder do Estado e sob seu comando. Com corrupção ou não, aqui o brasileiro paga a conta,mas paga uma vez só. Lá agora pagam duas, três e sabe-se mais quantas vezes e onde isso vai parar...
Ruiu sim o Comunismo Soviético por meio das privatizações. E esta ruindo o Neoliberalismo Imperialista por meio das estatizações, se é que dará tempo, pois nem entre eles se entenderam ainda.
Ruiram vários sonhos, junto com tudo isso. Mas pior que tudo isso é a desaceleração mundial da capacidade de pensar, refletir e filosofar do SER HUMANO. Diante de tanta contradiçÃo e e da patética realidade das democracias ocidentais, uma nova idade média se apresenta.
Os grandes espetáculos das igrejas pentecostais e carismáticas do mundo inteiro em suas cruzadas contra seus “irmãos ilâmicos” que nunca negaram ao seu ídolo maior, Jesus Cristo (ao contrário dos seus “parceiros judeus” que negam Cristo até hoje) me retornam aos idos do século XV onde os “Auto de Fé” estremeciam ao mais simples cidadão diante do terror de ser acusado de bruxaria, heresia ou algo assim.
Ao invés de melhorarmos depois de tantos exemplos de até onde chega a perversão humana como a matança de cristãos no Coliseu, a perseguição contra os pagãos na Roma de Constantino, as cruzadas entre Cristãos e muçulmanos, o decreto de Alhambra, o massacre dos albigenses e cátaros, a noite de São Bartolomeu, o holocausto judeu, o holocausto sérvio, o holocausto palestino, e por ai vai... Agora tem gente que vai a rua defender a costela de Adão, a perseguição de muçulmanos e árabes, de imigrantes de países pobres, de gays, de turcos...
O preconceito é global mas sua atuação é local...
Novamente invoco Nietzsche que no auge do seu desespero aceitou e foi fiel ao seu SABER, que “QUEM MATA A DEUS TEM DE RENUNCIAR AO CONSOLO DO TEMPLO” ....E o que queremos hoje s ão dois pesos e duas medidas...
Queremos matar o Deus Único. Aquele que a todos criou, aceita e ama. Queremos apenas o Deus de Israel, que na verdade é Jesus Cristo pros ignorantes pregadores de uma doutrina e dogma que desconhecem mas que repetem em comunidades carentes cheias de ignorantes. Usam uma liturgia que se originou mais de 1000 anos antes de cristo com o Culto de Mitra e é ai que o SABER arranca de nós o SABOR e vira uma MOSCA NA NOSSA SOPA. Na sopa de quem pensa...
O SABOR da vida torna-se cada dia mais insípido no SABER e viver uma vida no Vazio é muito dificil. E é ai que queremos novamente a pílula azul, cortar o fio de Ariadne e fechar a caixa de Pandora...
Queremos de volta nossa ignorância. Porque precisamos de valores, de crenças, de segurança.
Queremos acreditar num CRISTO CRUCIFICADO por nós, e parafraseando SADE: “A MERDA QUANDO ESCRITA NÃO FEDE” e é por isso que temos a coragem de repetir que existe um DEUS que se fez carne e habitou entre os homens e morreu por nós...
ESTA MERDA NÃO FEDE POR QUE ESTÄ ESCRITA !
E esta escrita por um desejo materialista e perverso, pela prática de um regime que exclui, que oprime, que emprobece, que designifica o indivíduo enquanto ser humano e o resignifica seja como “FORÇA PRODUTIVA e MERCADO DE CONSUMO”
Estes que assim o desejam não renunciaram ao CONSOLO DO TEMPLO. Querem apenas migrar de Burguesia a Clero e viver na abundante vida monástica sejam estes sacerdotes de Mitra, de Delfos, de Isis, de Osiris, de Jeová, de Baal, de Krishna, Hanumann ou de Jesus Cristo. Não importa o Deus, o que queremos é o consolo do templo, sua segurança a sua proteção e o direito de pertencer a uma classe de escolhidos, de privilegiados em relação aos bilhões de outros seres humanos, geneticamente filhos de uma mesma Eva, (mesmo que seja a eva gerada da Costela de Adão) mas a quem não consideramos irmãos, nem dignos da misericordia divina....
Que morram os pecadores sobre os pés do Deus de Abrãao, de Jacó, de Maomé e de Jesus Cristo, pois só nisso estes povos concordam. De resto, há 144.000 ainda pra se diferenciar entre eles. Embora não me pareça sinceramente atitude de um Deus de amor e misericórida...
E o tal do Reino dos Céus que espere, porque no momento o que todos querem é casa, comida, carro do ano, celular da moda, internet, alguma luxúria permitida e uma boa conta corrente com altos limites de crédito e titulos de primeira classe.. Quanto a vida eterna, CAIXÃO NÃO TEM GAVETA ...
Onde será que vamos parar com tudo isso ?
E você acredita em quê ?
Que Deus pode ser tão egoista afim de privilegiar uns e outros ?
O que posso desejar ao meu próximo é que continue conseguindo manter o consolo de seu templo predileto e que continue se vendo como um SER ESPECIAL, privilegiado e filho do Deus Único e poderoso que destruirá seus inimigos... Embora me pareça um pouco violento e humano demais este Deus, ele serve como uma força eficiente de regulação social e psiquíca embora não consiga ainda nos defender de nós mesmos...
Quanto a isso sua Onipotência é questionável....
E que queimem mesmo com o fogo do verbo seus irmãos que discordam de suas teses absolutistas. Que os levem ao Auto de Fé da modernidade, que já não precisa queimar na fogueira. Basta apenas discriminá-lo a ponto de que ele perca o emprego, o sustento, a dignidade, a auto estima e o equilíbrio pessoal. O resto ele fará sozinho...
E você se verá livre do seu IRMÃO de algum jeito.. Ele acabará por cortar os pulsos, ou se encher de algum veneno lícito e permitido. Ou se tornará homem bomba e levará alguns com eles... Acho que isso o Deus de Israel permite, porque acontece tanto...
Que seja feita a NOSSA vontade, Assim na terra como no céu...
E que para fugir a nossa própria consciência, cantemos em coro no fim do tempos...
Non nobis, Domine, non nobis, sed nomini Tuo da gloriam (Sl 115,1) - (Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao Vosso nome dai a glória).
AMEM....
Alex Ribeiro
03/10/2008
sábado, 27 de setembro de 2008
PAUL NEWMAN
Tudo indicava que Newman fosse assumir os negocios da familia, mas o "bichinho da interpretação" pegou de jeito o jovem.
Foi estudar na escola mais conceituada de interpretação o Actor Studios, nesta época conheceu sua futura esposa, a fantastica atriz Joanne Woodward.
Demorou para ter o respeito da critica, muitos o acusavam de ser uma cópia mal feita de Marlon Brando, este fato inclusive o deixava muito inseguro e sem graça, chegou em um entrevista declarar:"_ Eu sei que ele (Brando) é bem melhor do que eu, tudo que demoro 3 dias para fazer, ele consengue em 15 minutos".
Newman estreou como protogonista no longa metragem "O Cálice Sagrado", filme que ele renegava e se ridiculariza pelo figurino "de época" que teve que usar.
Fez teste e perdeu o papel de irmão de James Dean no filme "Vidas Amargas", Richard Davalos acabou vencendo a disputa.
Chamou a atenção na europa pelo filme Exodos e ganhou o premio de melhor ator principal no festivald e Cannes em 1960.
Por mais estranho que possa parecer, a sorte do ator começou a mudar, quando James Dean morreu em um acidente de carro.
Em sua terra porem (USA) ainda era olhado com disconfiança.
A Warner tinha um filme a ser feito e o protagonista seria Dean, desta forma, Paul Newman foi escolhido como substituto,o nome do filme...Hud.
Desempenho foi reconhecido pela critica e recebeu uma indicação ao Oscar.
Bom...os outras informações podem ser obtidas atraves do google, o que eu escrevi acima, foi de alguns documentarios que assisiti pela tv a cabo.
Durante algum tempo tive uma certa implicancia com Paul Newman, o achava um imitador de Marlon Brando, mas depois lendo sobre sua biografia e assistindo seus filmes sem preconceito, vi que se tratava de um ator de muito respeito, ganhou um oscar pelo filme "A Cor do Dinheiro" curiosamente um dos seus desempenhos mais fracos.
Para quem quiser assistir o que a de melhor na filmografia deste ator, assistam filmes como "Rebeldia Indomavel", "Butch Cassidy and the Sundance Kid", "Gata em teto de Zinco quente", "Desafio a Corrupção" , "Golpe de Mestre" e "O Veredicto".
Paul Newman - Rest in Peace
quarta-feira, 24 de setembro de 2008
Batman "O Cavaleiro das Trevas"
Todas as críticas feitas a Batman - O Cavaleiro das Trevas partem de uma premissa errada. Querendo ou não, as pessoas comparam o trabalho de Christopher Nolan com os desastrados, patéticos e pífios filmes anteriores de Tim Burton e Joel Schumacher. Ora, por favor... Até um documentário de três horas sobre torradeiras elétricas é melhor do que qualquer um dos Batman dirigidos por Burton. Quanto a Schumacher é melhor nem comentar...
Por exemplo, quem em sã consciência poderia elogiar a atuação feita por Jack Nicholson como Coringa. Um sujeito gordo, velho, decadente e acabado seria a mais perfeita encarnação do mal? É muita galhofa. Por isso é que a atuação de Heath Ledger vem sendo chamada de genial. Também pudera... em comparação com um sujeito que precisa usar sapatos de palhaço para poder ver a ponta dos pés...
Batman - O Cavaleiro das Trevas começa após dois anos desde o surgimento do Batman (Christian Bale). Agora, os criminosos de Gotham City morrem de medo de sair à noite. Basta ver o bat-sinal para pensarem duas vezes antes de cometer alguma atividade ilegal. Porém, o cruzado embuçado não está sozinho na sua luta contra o crime.
Ele conta a providencial ajuda do tenente James Gordon (Gary Oldman). Além do reforço obtido com o promotor público Harvey Dent (Aaron Eckhart). O sujeito é incorruptível e vem lutando para enjaular os mafiosos de Gotham. Tanta simpatia desperta as atenções de Rachel Dawes (Maggie Gyllenhall), que acaba mandando Bruce Wayne pastar. Aliás, o triângulo amoroso proposto elo filme não funciona. Muito por culpa de Maggie que é boa atriz, mas nem de longe é uma atriz boa
No meio de tudo isso, em um momento dispensável e desnecessário, cidadãos comuns, inspirados por Batman, se disfarçando de Homem-Morcego e tentam fazer justiça com as próprias mãos. Claro que o homem-morcego não vai aceitar muito bem a nova concorrência...
Depois de verem suas planos frustrados e cansados de tanto apanhar, os chefes da Máfia, cometem um terrível erro. Acabam aceitando a oferta de um sujeito estranho, a um passo da insanidade, que insiste em usar maquiagem de palhaço sobre cicatrizes... Seu nome? Coringa. Ele garante que irá matar Batman e fazer com que Gotham City volte a ser a cidade preferida de todos os criminosos.
Nem é preciso dizer que Heath Ledger (que morreu pouco antes do lançamento de "O Cavaleiro das Trevas" no cinema - isso sim é que é marketing agressivo) faz uma interpretação muito mais crível do que Jack Nicholson. Duas cenas merecem destaque: o desaparecimento de um lápis e a explosão de um hospital. Agora, o palhaço do crime é uma espécie de psicopata assassino tão ou mais louco que o próprio Batman. Como já foi dito antes, qualquer milionário norte-americano que sai à noite para defender os pobres e oprimidos só pode ser maluco....
Mesmo com tanta incoerência, é visivel o esforço do roteiro para tornar real o mundo de Gotham City. Bruce Wayne (Christian Bale) ao lado de seu fiel mordomo Alfred (Michael Caine) percebe, por exemplo, que está causando mais mal do que bem à cidade. Por outro lado, o cientista Lucius Fox (Morgan Freeman) é jogado para escanteio e pouco tem acrescentar ao filme. A não ser em sua breve participação em Hong Kong.
Sim, em uma sacada interessante do roteiro, Batman monta uma verdadeira operação de guerra, como um estrategista, para capturar um bandido em terra estrangeira. O que mostra que pelo menos alguém leu os gibis do homem-morcego. A partir daí, o filme alterna bons e maus momentos. Aliás, as cenas de ação melhoraram, mas as de luta continuam abaixo da crítica.
O roteiro é cheio de falhas grotescas. Por exemplo, alguém é capaz de explicar como terminou a invasão da cobertura de Bruce Wayne pelo Coringa? Houve alguma morte ou o palhaço do crime simplesmente explicou a todos os presentes que se tratava de uma "pegadinha" organizada pelo Sérgio Mallandro? Outro detalhe irritante: não existiam mais policiais em Gotham City na hora da perseguição com caminhões?
Por fim, há um um momento bizarro, completamente fora do espírito sombrio do filme. Depois de várias ameaças feitas pelo Coringa, a população de Gotham entra em pânico. Muitos decidem abandonar a cidade. Eles são evacuados em balsas, pois as pontes podem conter explosivos. Bem, no meio da travessia o palahaço do crime anuncia que colocou bombas em dois barcos - um deles repleto de prisioneiros perigosos. O detalhe é que cada um deles possui um controle remoto capaz de explodir o outro.
Se um deles usar o controle primeiro, o Coringa garante que não vai acionar nenhum explosivo no barco restante. No momento em que o prazo está prestes a se esgotar, um prisioneiro joga o controle remoto para fora da balsa a fim de salvar a vida dos civis! Será que ladrão vez isso só por que estava a fim de pagar seu pecados e morrer como um herói? Em San Francisco até pode ser, mas em Gotham?
Além disso, a mudança na origem do Duas-Caras decididamente não funcionou. Pelo menos, o roteiro percebeu que este é um personagem completamente dispensável. Para fechar com chave de ouro, existe um momento Thundercats onde o Batman adquire uma espécie de visão além do alcance completamente dispensável...A coisa é tão ridícula que Joel Schumacher poderia ter pensado nisso...
De qualquer maneira, Batman - O Cavaleiro das Trevas segue respeitando a essência do personagem. Christopher Nolan pode ficar traqüilo. Perto de Tim Burton e Joel Schumacher ele é um gênio do cinema. E se o filme não é a melhor história baseada em uma HQ, pelo menos tem o melhor final....
Jota Tavares