quarta-feira, 5 de novembro de 2008

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES.

REDAÇÃO DE ESTUDANTE CARIOCA VENCE CONCURSO DA UNESCO COM 50.000 PARTICIPANTES.





Tema:'Como vencer a pobreza e a desigualdade'

Por Clarice Zeitel Vianna Silva

UFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - RJ



'PÁTRIA MADRASTA VIL'

Onde já se viu tanto excesso de falta? Abundância de inexistência... Exagero de escassez... Contraditórios?? Então aí está! O novo nome do nosso país! Não pode haver sinônimo melhor para BRASIL.
Porque o Brasil nada mais é do que o excesso de falta de caráter, a abundância de inexistência de solidariedade, o exagero de escassez de responsabilidade.
O Brasil nada mais é do que uma combinação mal engendrada - e friamente sistematizada - de contradições.
Há quem diga que 'dos filhos deste solo és mãe gentil.', mas eu digo que não é gentil e, muito menos, mãe. Pela definição que eu conheço de MÃE, o Brasil está mais para madrasta vil.
A minha mãe não 'tapa o sol com a peneira'. Não me daria, por exemplo, um lugar na universidade sem ter-me dado uma bela formação básica.
E mesmo há 200 anos atrás não me aboliria da escravidão se soubesse que me restaria a liberdade apenas para morrer de fome. Porque a minha mãe não iria querer me enganar, iludir. Ela me daria um verdadeiro PACote que fosse efetivo na resolução do problema, e que contivesse educação + liberdade + igualdade. Ela sabe que de nada me adianta ter educação pela metade, ou tê-la aprisionada pela falta de oportunidade, pela falta de escolha, acorrentada pela minha voz-nada-ativa. A minha mãe sabe que eu só vou crescer se a minha educação gerar liberdade e esta, por fim, igualdade. Uma segue a outra... Sem nenhuma contradição!
É disso que o Brasil precisa: mudanças estruturais, revolucionárias, que quebrem esse sistema-esquema social montado; mudanças que não sejam hipócritas, mudanças que transformem!
A mudança que nada muda é só mais uma contradição. Os governantes (às vezes) dão uns peixinhos, mas não ensinam a pescar. E a educação libertadora entra aí. O povo está tão paralisado pela ignorância que não sabe a que tem direito. Não aprendeu o que é ser cidadão.
Porém, ainda nos falta um fator fundamental para o alcance da igualdade: nossa participação efetiva; as mudanças dentro do corpo burocrático do Estado não modificam a estrutura. As classes média e alta - tão confortavelmente situadas na pirâmide social - terão que fazer mais do que reclamar (o que só serve mesmo para aliviar nossa culpa)... Mas estão elas preparadas para isso?
Eu acredito profundamente que só uma revolução estrutural, feita de dentro pra fora e que não exclua nada nem ninguém de seus efeitos, possa acabar com a pobreza e desigualdade no Brasil.
Afinal, de que serve um governo que não administra? De que serve uma mãe que não afaga? E, finalmente, de que serve um Homem que não se posiciona?
Talvez o sentido de nossa própria existência esteja ligado, justamente, a um posicionamento perante o mundo como um todo. Sem egoísmo. Cada um por todos...
Algumas perguntas, quando auto-indagadas, se tornam elucidativas. Pergunte-se: quero ser pobre no Brasil? Filho de uma mãe gentil ou de uma madrasta vil? Ser tratado como cidadão ou excluído? Como gente... Ou como bicho?


Premiada pela UNESCO, Clarice Zeitel, de 26 anos, estudante que termina faculdade de direito da UFRJ em julho, concorreu com outros 50 mil estudantes universitários.
Ela acaba de voltar de Paris, onde recebeu um prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) por uma redação sobre 'Como vencer a pobreza e a desigualdade.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

METALLICA - Death Magnetic



Na música você percebe que chegou no fim da sua carreira quando chama Rick Rubin para produzir um disco seu, Johnny Cash que o diga. O cara virou a UTI( última tentativa do individuo), de vários artistas na busca daquela velha chama criativa do passado.


Depois de cometer uma série de tropeços nos últimos anos, não apenas musicais, diga-se de passagem, o pessoal do Metallica resolveu recorrer a Rubin para tentar convencer o seu público, cada vez menos fiel, que ainda poderiam dar conta do recado. Mas em Death Magnetic acabam soando como um caricatura de si mesmos. Ao ponto que James Hetfield parece estar imitando o vocalista daquela bandinha cover Beatallica e não o contrário.


Verdade seja dita, Death Magnetic soa, na maior parte do tempo, como o Metallica dos anos 80. Ou seja, incrivelmente datado. Está tudo aqui, os solos, os riffs, as mudanças de tempo. Mas nada parece muito inspirado ou necessário. E esse é o grande problema do álbum: sua irrelevância. Você já ouviu isso antes e melhor, e não há nada aqui que justifique uma nova audição.


O problema com o heavy metal é que, em geral, não é o tipo de música com a qual se possa envelhecer sossegadamente. E vamos ser sinceros, quando você fica mais interessado com a queda da bolsa de Nova Iorque e a crise financeira mundial do que com a última banda de thrash metal sueca, é que na hora de aposentar a ‘air guitar’. Pois você ficando está velho demais para esse tipo de música.


Talvez o Metallica já tenha conseguido superar essa fase e esteja agora tentando fazer as pazes com seu passado. Sem falar, que nem toda vodka do mundo justificariam um novo St. Anger. Pena que só visto desta forma, Death Magnetic talvez possa ser interpretado como uma evolução. Pois o resultado final está mais para um uniforme velho para o mesmo prisioneiro...